segunda-feira, 28 de junho de 2010

VOCAÇÃO

A CORAGEM DE JOÃO.

         Leio no Evangelho de Marcos: “João dizia a Herodes que não era lícito ter a mulher do próprio irmão” (Mc 6, 18). Qual a conseqüência? Herodes mandou degolar João!
O Batista sabia do perigo, mas arriscou a vida por uma causa nobre. Parece o eco do conselho de Deus a Josué, sucessor de Moises como guia do povo de Deus rumo à terra prometida: “Coragem e sê valente” (Js 1, 9).
        Magnífico também o exemplo de Maria de Nazaré: Após o anúncio do Anjo Gabriel, “Maria se levantou e se dirigiu apressadamente à serra, a um povoado da Judéia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 39-40). Maria superou o egoísmo e foi ajudar a prima Isabel, pois o menino João estava para nascer.
        Minha avó paterna foi à roça nas montanhas, devendo atravessar um mato fechado. Eu era pequeno. Pedi à mãe licença para acompanhar a avó. A mãe achava perigoso o trecho. Minha avó respondeu: “Quando um netinho me acompanha eu me sinto forte, sem medo. Arrisco minha vida pelo pequeno”. Coragem é isto! É o contrário de covardia, de medo. Pois o medo é egoísta, paralisa a pessoa. A covardia é egoísta, pusilâmine. Já o poeta português dizia: “Tudo é grande, se a alma não é pequena”. Pusilâmine é isto: a alma pequena.
        A coragem ou virtude da fortaleza, no dizer do Catecismo católico: “é a virtude moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem” (nº 1808).
Hilde Damin descreve a coragem como a virtude que “impede o estrangulamento da consciência”. Isto é, supera o medo, que normalmente sentimos, para agir conforme a consciência de maneira firme e inabalável.
        É o contrário de alma pequena. É a pessoa de alma forte, que se esforça para agir bem e manter-se alegre. É o que Maria fez nas montanhas da Galiléia. “A minha alma engrandece ao Senhor, e se alegra o meu espírito em Deus, meu Salvador” (Lc 1, 46).
Por ocasião da festa de São João Batista, somos convidados a imitá-lo na fidelidade à missão e na coragem: “Sê forte e corajoso”. Nada de alma pequena. Renovamos, cada qual segundo sua vocação, nossa dedicação a causas nobres, pela família, pelo próximo, pela solidariedade, pela vitória do amor, pela paz, pela fé em Deus.

Dom Aloísio Sinésio Bohn

Em 28 de junho de 2010.
Paulo Rogerio Sobral

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VINDE A MIM

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e Eu vos aliviarei (Mateus 11, 28-30)